As coffee parties transformam cafeterias em pontos de encontro com música, gastronomia e diversão em experiências leves e inclusivas
Ambiente descontraído, DJs, comida de qualidade e café como estrela do cardápio: esse é o clima das coffee parties, festas que vêm conquistando fãs pelo Brasil.
Inspiradas pelo movimento Daybreaker, criado em Nova York em 2013, elas são uma alternativa às baladas tradicionais, que se estendem madrugada adentro – as coffee parties acontecem à luz do dia, proporcionando uma experiência leve e atraente para pessoas de todas as idades.
QUANDO O DIA VIRA CELEBRAÇÃO
A Amicitia é um espaço localizado em Santos, litoral de São Paulo, que embarcou na tendência e já colhe resultados. A “Sunday Coffee Party” é realizada aos domingos e começa às 11h, atraindo um público diverso, formado por famílias, jovens, adultos e até pets.
Os eventos, que contam com DJ e cardápio especial, surpreenderam até mesmo os sócios Alexandre Cesário, Gabriel Miceli e Matheus Evangelista. “Os clientes compraram a ideia. Tem gente que vai depois de uma corrida ou de um treino, tem gente que vai com a família logo cedo, chama os amigos, leva o cachorro ou a criança pequena…”, conta Gabriel.
Gabriel, Alexandre e Matheus, da Amicitia Café
NOVOS RITMOS
A aposta nas festas diurnas transformou a Amicitia em muito mais do que uma cafeteria: o espaço virou ponto de encontro com música e gastronomia.
Matheus Evangelista afirma: “As pessoas perguntam quando vai ser a próxima festa, querem celebrar o aniversário e fazer outras comemorações com um DJ presente. Nosso intuito é realmente ser uma escolha semanal para as pessoas passarem parte do seu tempo”.
A motivação, segundo ele, está ligada à identidade da marca e ao desejo de fortalecer o senso de comunidade. “Amicitia vem do latim e significa amizade. Um evento como esse gera muita conexão, e esse é um dos nossos propósitos, além de ser uma iniciativa que está super em alta em cafés de especialidades”, explica.
Gabriel complementa contando que, na cidade, não havia festas acontecendo com frequência: “A gente sentiu falta desse tipo de evento na cidade, só tinham alguns pontuais. E aí nós resolvemos fazer a nossa e juntamos as ideias. Tínhamos um deck como lugar ideal para a nossa pista de música e dança e o resto foi se ajeitando”.
Diversidade na pista
O sucesso está abrindo caminho para novas possibilidades. “A gente está em busca de mais pessoas, mais conexões, mais gêneros musicais, mais tudo. Quanto mais diversidade e mais coisas diferentes o nosso café puder proporcionar para as pessoas de forma positiva, a gente vai abraçar e continuar realizando”, finaliza Matheus.
Com ou sem álcool
Comuns em países como Espanha e Estados Unidos, as coffee parties começaram a ganhar popularidade no Brasil recentemente, atraindo muitos jovens.
Uma das explicações pode estar na busca de um estilo de vida mais saudável: um estudo da empresa britânica Mintel apontou que um terço das pessoas entre 20 e 24 anos não consome álcool, e os que bebem preferem fazer isso apenas em ocasiões especiais.
Mas os drinks cafeinados também são bem-aceitos, afinal, esse tipo de bebida pode agradar a outros perfis de consumidor, como pessoas mais velhas e grupos de amigos que querem brindar. Caipirinha de café, espresso com licor e capuccino alcoólico são exemplos de bebidas que levam álcool na medida certa e valorizam o sabor marcante do café.
Essa variedade amplia o alcance das festas e reforça a ideia de que diversão e responsabilidade podem caminhar juntas. A bebida se torna um complemento à experiência, e não o centro do evento, mantendo o clima leve e social.
Essa abordagem ajuda a consolidar as coffee parties como uma alternativa inovadora de entretenimento diurno, capaz de unir gastronomia, música, socialização e novas tendências de consumo em um único espaço.
