YALLAH: VAMOS FALAR DE ESFIHA!

Eu me chamo Munir Faraj, sou neto de árabes e meus avós, tios, tias e, principalmente, meus pais adoravam cozinhar. Entre os vários pratos da culinária árabe, a esfiha merecia, sem dúvida, lugar de destaque. Cresci comendo esfihas e participando de uma saudável competição em família para ver quem fazia a melhor delas.

Confesso que ainda sinto o sabor e o cheiro na memória! Em meio às saudades, fui pegando gosto pela coisa e aprendendo com cada um deles os mistérios e os segredos de uma boa esfiha.

No começo, fazia para consumo em casa mesmo, depois, por hobby, passei a fazer também para vizinhos, amigos e parentes. Acho que eles aprovaram, porque quase todo fim de semana fazer esfihas era um compromisso, fosse para um aniversário, uma reunião de amigos ou para os funcionários da minha empresa.

Até nas minhas férias, na praia, reservava pelo menos um fim de semana para fazer as esfihas. Num deles, com muita gente, fiz 604 ao todo, depois de dois dias intensos de preparo! Uns até diziam: “você tem que abrir uma esfiharia!”. Mas eu não levava a sério.

Novo inquilino da rua

Por motivos de doença, precisei fechar minha empresa e fiquei em casa quase dois anos sem ter o que fazer. Um dia, a caminho da padaria que fica na esquina, passei em frente a um espaço livre para alugar. Eu conhecia o proprietário, conversei com ele e, em cinco minutos, era o mais novo inquilino da rua!

Contei para minha esposa o que tinha acontecido e ela perguntou: “O que você vai abrir?”. Uma esfiharia, respondi, em alto e bom som! Assim nasceu a Yallah, que em árabe quer dizer “Vamos”, um vamos que te eleva!

Cardápio de esfiha cresceu e ganhou companhia

Quando abri, tínhamos um cardápio bem enxuto: esfihas de carne, queijo, catupiry e calabresa. Eu mesmo fazia a massa e, nos meus 64 anos, meu vigor não era tão favorável. Com o tempo, consegui acrescentar vários sabores, como verdura simples e com queijo; coalhada com azeitona – que compro solta no Assaí Barra Funda, muito boa por sinal!; palmito simples ou com queijo e catupiry; quatro queijos; verdura com anchovas; atum simples ou com catupiry ou queijo.

Em seguida, introduzi o kibe cru, assado ou frito, e também as pastas de grão-de-bico (homus), de berinjela (babaganoush) e a coalhada seca, além de charutinhos de folha de uva. Todos muito bem-aceitos pelos clientes. Ultimamente, tenho testado novos sabores, como cogumelo shimeji com catupiry, e por aí vai.

Planos de expansão

Estou muito propenso a abrir a segunda unidade e venho procurando um ponto no bairro da Barra Funda, que está crescendo muito em São Paulo. Como não quero perder a essência do meu negócio, estou sendo muito criterioso e espero conseguir. Tenho treinado também, há alguns meses, uma pessoa que trabalha comigo, e está indo bem.

Acho que em breve terei novidades...

Yallah em números

• Início do negócio: 2017.
• Investimento inicial: R$ 150 mil (em 12 meses)
• Diferencial: receitas da família de imigrantes
• Quantidade de pessoas no negócio: 6 + 3 extras nos fins de semana
• Carro-chefe: esfihas variadas, salgadas e doces
• Venda média:  6,5 mil unidades por mês
• Apresentação: venda por unidade
• Outros itens vendidos: kibe cru, assado e frito; charuto de folha de uva
• coalhada seca; pastas de berinjela e grão-de-bico

Conheça mais em @yallahesfiharia