PARAENSE FAZ SUCESSO COM CULINÁRIA TÍPICA

A rua Treze de Maio, em Belém, é composta de apenas cinco quadras. A via nasce na Praça Dom Pedro I e termina na Padre Prudêncio. Na rua de mão única, os pedestres dividem a calçada com carrinhos e barracas que vendem comida, roupas e outros tipos de mercadoria. A menos de dois minutos da Praça Dom Pedro I, em frente a uma grande loja de departamentos, está a “Barraca da Fafá”.

“É tudo bem bonitinho. A pessoa passa, vê, senta e come com prazer, porque sabe que vai ser bem atendida"

Desde 1992, Maria de Fátima Silva de Araújo – a Fafá – serve o que há de melhor na culinária típica paraense: maniçoba, vatapá, caruru e tacacá. Aos sábados, ela oferece outro clássico prato brasileiro: a feijoada. Conhecedora dos hábitos e das preferências locais, Fafá apostou no segmento de comida regional, que garante faturamento e renda para muitos micro e pequenos negócios no Brasil. São iniciativas que se apoiam na identidade e na cultura local ou regional para atender às preferências dos clientes e obter sucesso nas vendas. 

Culinária paraense: regionalismo que conquista clientes

Para Fafá, o trabalho com comida veio pelo prazer: “Eu gosto muito de comer. Aí resolvi não só comer, mas vender”, brinca a empreendedora.  Mas, antes de ter o carrinho com ponto na rua, Fafá já havia comandado um restaurante com o marido. O casal depois migrou para um mercadinho. “Não me dei bem com o mercadinho, o que eu gosto mesmo é de cozinha”, conta.

No primeiro ponto da barraca, em outro local da cidade, Fafá dividia o cardápio entre refeições comuns, como carne assada, frango e peixe, e comidas típicas do Pará. “Como a freguesia aumentou para as comidas típicas, deixei as refeições de lado. Não dava conta de fazer e atender os dois. O que me dá mais lucro são as comidas típicas”, revela.

Aos 67 anos, Fafá tem a ajuda da família para tocar o negócio. São nove pessoas - incluindo os quatro filhos e os netos - que fazem a Barraca girar em um movimento intenso. E foram os netos que, há dois anos, começaram a divulgação do negócio nas redes sociais, incluindo encomendas por WhatsApp, e agilizando as entregas com delivery.

Raio X Barraca da Fafá

Negócio familiar: casal, filhos e netos no comando

Tempo de abertura: 29 anos

Investimento inicial: Cr$ 500,00 / equivale a R$ 5.500,00 hoje

Refeições/dia: 250

Faturamento médio/dia: R$ 4.000,00

Pratos típicos: Vatapá, Maniçoba, Caruru, Tacacá, Feijoada

Horário: 10h às 17h

Rotina de excelência

A rotina de Fafá é quase sempre a mesma: acordar às 4h45, ir para a cozinha, preparar os pedidos e os pratos do dia, depois ir para o ponto fixo e vender. As receitas também se mantêm sempre as mesmas. “Faço a mesma receita, porque o típico é só uma receita. Se a feijoada é típica do Rio de Janeiro, é aquela receita; e assim também com a nossa comida”, diz.

O rigor também vale para a qualidade dos ingredientes usados em cada prato: do jambo fresco, que enfeita o cardápio, ao camarão que vai nas receitas e também decora a comida. Tudo comprado todos os dias. No caso da farinha, ingrediente que acompanha vários pratos, para não ter erro, dona Fafá é quem se encarrega de fazê-la. “Eu não vou colocar uma coisa gostosa com uma farinha ruim. E até isso o pessoal nota, tem gente que pede farinha para levar!”, conta.

5 DICAS DA FAFÁ

1. Use sempre ingredientes frescos e de boa qualidade

“Fica mais gostoso, até o cheiro vai longe. É primordial. Nada de ter pena de colocar tempero, ou querer usar, por exemplo, camarão miúdo".

2. Dê atenção especial à higiene

“Nos restaurantes, olho logo as unhas para ver se tem asseio, porque acho que isso é importante observar”.

3. Cuide dos detalhes, por menores que pareçam

“Enfeito os pratos com jambo, camarão por cima. Quem passa já come primeiro com os olhos, senta e pede porque acha bonito”.

4. Trate bem os clientes, isso é essencial

“Sempre observo: onde te tratam bem, a gente volta. Onde tem desprezo e ignorância, nunca mais. Aqui, é todo mundo com sorriso no rosto, muita alegria e educação”.

5. Ouça a sua clientela

“Converso sempre com meus clientes. Às vezes, eles ligam para pedir a mercadoria e aproveito para conversar. Isso me ajuda a aprimorar o melhor possível”.

Atenção a todos os detalhes

O segredo de quem conseguiu conquistar uma freguesia fiel e que tem no “boca a boca” seu maior aliado é – além da dedicação – o cuidado com a mercadoria, da produção até o atendimento. Dos ingredientes frescos, passando pela beleza dos pratos e pelo uniforme dos atendentes, Fafá investe no conjunto para alcançar o melhor resultado.

“É tudo bem bonitinho. A pessoa passa, vê, senta e come com prazer, porque sabe que vai ser bem atendida", ressalta.

Além de garantir as vendas diárias, a propaganda “boca a boca” rendeu a Fafá uma divulgação pela qual ela não precisa desembolsar dinheiro algum. A barraca é sempre notícia em programas de TV, jornal ou revista. Isso atrai ainda mais clientes e turistas.

Saiba mais: @barracafafa