MESA FARTA NAS FESTAS DE SÃO JOÃO

Em vários países do mundo, é possível encontrar comemorações de festas dedicadas a Santo Antônio, São João e São Pedro. Mas, as festas juninas − que passaram a se estender até as "julinas" − têm sua origem em uma festa pagã, realizada pelos antigos povos germânicos (nórdicos) e romanos, em agradecimento aos tempos de fartura e fertilidade, especialmente relacionadas à colheita do milho.

Trazida ao Brasil pelos portugueses, ela é celebrada em todo o país com diversos elementos característicos, como fogueiras, quadrilha, trajes caipiras, bandeirinhas, brincadeiras e, claro, muita fartura de comida. Ao longo do tempo, os pratos típicos foram ganhando versões variadas, adaptando-se aos produtos do campo de acordo com cada região. Conheça alguns dos pratos típicos Brasil afora!

Norte: ingredientes regionais

Maniçoba

A festejada “feijoada paraense” leva folhas de mandioca brava cozidas por sete dias no lugar do feijão, é enriquecida com carne de porco e defumados, servida com arroz branco, farinha de mandioca e pimenta. É um dos pratos mais emblemáticos do período, encontrado em todo Norte e Nordeste com pequenas variações.

Bolo de Macaxeira

Festas de São João em que a macaxeira – ou mandioca – é abundante tem que ter esse bolo, que leva açúcar, manteiga e ovos com variações nos toques de leite de coco e coco ralado.

Arroz Maria Isabel

Essa versão de arroz de carreteiro do Piauí tem origem desconhecida. É uma mistura de arroz com carne-seca, pimentão, tomate e o que mais se puder acrescentar.

Nordeste: o milho é rei das festas de São João

Mugunzá

É feito com milho branco cozido em leite de coco, açúcar, canela e cravo-da-índia. Coco ralado não pode faltar! Em alguns lugares do Brasil, é chamado de canjica, mas no Nordeste canjica é uma outra delícia de arraial.

Aluá

Bebida fermentada que refresca festas desde os tempos coloniais, o Aluá leva casca de abacaxi, milho ou pão como base, além de gengibre, cravo-da-índia, erva-doce e rapadura ou açúcar mascavo. Pode ser consumida gelada ou como base para sucos e drinques.

Canjica

A canjica nordestina, que para muitos se parece com o curau mineiro, é feita com milho fresco, servida morna ou gelada, com ou sem canela polvilhada. A consistência de mingau muda ao esfriar, e permite que se corte o doce.

Centro-Oeste: longe do óbvio

Pamonha

A pamonha ganha destaque nos “arraiás” de norte a sul em várias versões: salgada ou doce, recheada com queijo, linguiça ou carne, com coco ou goiabada e o que mais a criatividade permitir.

Sopa Paraguaia

Muito comum no Mato Grosso do Sul, não tem nada de sopa, e é uma espécie de torta salgada à base de milho. Lembra também a polenta firme, com queijo, ovo e temperos.

Pixé

A farofinha cuiabana doce à base de milho torrado e moído, com canela e açúcar, chamada pixé, pode ser salpicada em doces e mingaus ou misturada ao leite e a sucos. Mas é comum comê-la pura, vendida em pequenos cones de papel nas festas de São João.

Sul e Sudeste: os clássicos

Pinhão

A semente da Araucária, pinheiro nativo do Sul do Brasil, é um marco no inverno, fartamente servida em porções cozidas. Também pode ser assada na brasa da fogueira, picada e misturada em farofa. Descascá-la já se tornou uma habilidade sulista.

Quentão

As noites frias de junho e julho convidam a bebericar o quentão nas quermesses da região. A mistura bem aquecida leva aguardente ou vinho, gengibre, açúcar e especiarias como cravo e pau de canela.

Sanduíche de carne louca

Pernil ou lagarto assado e desfiado, temperado com cebola, pimentão, alho e cheiro-verde, ganha aqui o nome de carne louca. Vai tudo dentro de um pãozinho francês, enriquecendo o cardápio da região.