A RIQUEZA DO LIXO ORGÂNICO

No Brasil, cerca de metade do lixo sólido gerado nas cidades é formada por resíduos orgânicos. Essa estimativa é da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, a Abrelpe, que aponta também esta realidade: a maior parte do lixo orgânico vai para lixões e aterros – o que significa desperdício e sobrecarga para o meio ambiente.

A boa notícia é que esse material pode ser reaproveitado, até como oportunidade de negócio.

O lixo que virou negócio

Luiza Corradini é engenheira ambiental e fez da compostagem de resíduos orgânicos um negócio de família. Ela e o marido, Talles Abreu, idealizaram a Guaráipu Compostagem, uma iniciativa que ajuda pessoas e empresas a “reciclar seu lixo orgânico”, dentre eles, moradores, vizinhos, bares e restaurantes envolvidos nas ações.

Como funciona a compostagem de lixo orgânico

●      O associado escolhe um dos planos do serviço, conforme a quantidade de resíduo gerado e a frequência da coleta (semanal ou mensal).                                 E paga entre R$ 50 e R$ 120 ao mês para cobrir custos de logística.

●      Um balde com tampa é cedido para armazenar os resíduos - valem legumes, frutas, restos de comida cozida, carne, osso, borra de café, cabelo, até poeira e pelos de animais podem. Fezes não.

●      Durante a coleta, o balde cheio é recolhido e um novo, higienizado, fica no lugar. 

●      Ao final do mês, é gerado um relatório do volume de lixo coletado por associado e, no início do outro mês, são entregues brindes-surpresa e uma amostra do adubo produzido.

GUARÁIPU Compostagem

Localizado em Campinas (SP), o empreendimento leva a natureza até no nome: Guaráipu é inspirado em uma espécie de abelha em extinção. O projeto nasceu de fato em 2020, mas já vinha nas ideias de Luiza desde o tempo de faculdade.

O casal mudou-se para uma casa e deu os primeiros passos na construção de um centro de permacultura, definindo um plano de negócio para a iniciativa.

A primeira parceria foi fechada com o restaurante de um amigo, ainda em 2019. “A partir daí, fomos testando possibilidades. Só em 2020, começamos a solidificar a captação de interessados”, relembra Luiza.

Hoje, o projeto atende a 110 associados, entre pequenos negócios e residências na região de Campinas, São Paulo e cidades como Valinhos, Vinhedo, Itupeva, Jundiaí, Santana de Parnaíba e Cotia.

São compostadas duas a três toneladas de resíduo orgânico por mês. Luiza e o marido querem ampliar neste ano e chegar a 10 toneladas/mês processadas.

VANTAGENS DO NEGÓCIO

●      Sustentabilidade

É a melhor destinação para resíduos orgânicos, que são reaproveitados em vez de seguir para aterro.

●      Marketing

Investir em algo que faz bem para o meio ambiente pode ter impacto direto na imagem do seu negócio entre os clientes.

●      Menos desperdício

Ao separar e medir o lixo orgânico para destinação correta, fica fácil avaliar o total de desperdício do negócio e intervir.

O que é compostagem?

De forma simplificada, a compostagem é um processo biológico que transforma lixo orgânico em adubo. O descarte e o envio para aterros ou lixões poluem o meio ambiente, enquanto a compostagem favorece outros usos na agricultura ou na jardinagem.