Mais que uma oportunidade, atuar no setor exige planejamento, cuidados sanitários e atenção às regras para garantir um negócio seguro e em conformidade com a legislação
Parte do cotidiano brasileiro, a comida de rua se espalha por todas as regiões do país. Espetinhos, lanches, pastéis, milho cozido, pipoca, acarajé, tapioca – a diversidade é reflexo da riqueza cultural e gastronômica do Brasil.
Mas, para vender comida na rua, é preciso ir além do sabor e do bom atendimento: existem regras que devem ser cumpridas para garantir a conformidade com a legislação e a segurança dos clientes.
POR ONDE COMEÇAR?
Antes de abrir um negócio para vender comida de rua, seja barraca, carrinho ou trailer, o primeiro passo é buscar informações sobre as normas e leis vigentes na cidade junto à prefeitura local. O descumprimento de exigências legais pode gerar multas, interdições e até apreensão dos produtos.
Três pontos merecem atenção:
Normas sanitárias
Servem para garantir qualidade e segurança nos processos de manipulação, armazenamento e venda dos alimentos.
Licenças e alvarás
Estão relacionados a áreas permitidas, tipos de alimentos autorizados, horários de funcionamento e outras condições.
Registro de produtos
É necessário obter autorização específica para a comercialização de alguns alimentos, a depender das regras locais.
FORMALIZAÇÃO
Formalizar o negócio proporciona vantagens para o empreendedor, como segurança jurídica, credibilidade, acesso a linhas de crédito e programas de apoio, além de proteção contra apreensões e multas e da possibilidade de participar de feiras e eventos.
Uma opção acessível é se tornar um Microempreendedor Individual (MEI), o que permite atuar como comerciante de alimentos, entre outras categorias do setor de alimentação. Com o CNPJ, é possível emitir nota fiscal, conferindo credibilidade ao negócio.
CAPACITAÇÃO
Mais que saber cozinhar e atender bem, quem trabalha com comida de rua precisa aprender sobre boas práticas de higiene, relacionamento com o público e gestão do negócio. A capacitação ajuda a evitar erros comuns, melhora a qualidade do serviço e aumenta as chances de sucesso.
Cursos relacionados a manipulação de alimentos, segurança alimentar, atendimento ao cliente, planejamento estratégico, gestão financeira e marketing, entre outros, podem ajudar a garantir a sustentabilidade do negócio.
Segurança alimentar
Cuidar da segurança alimentar é garantir que os alimentos sejam preparados, armazenados e vendidos em condições adequadas para evitar riscos à saúde dos consumidores. Isso envolve:
Higiene pessoal
Itens como touca e avental são essenciais
Mãos devem ser higienizadas com frequência
Dinheiro e alimentos não devem ser manuseados ao mesmo tempo
Limpeza do ambiente e dos utensílios
Superfícies, equipamentos e utensílios devem ser higienizados regularmente
O local de preparo merece cuidado especial em relação a pragas e insetos
Qualidade da água e dos ingredientes
Usar somente água potável no preparo dos alimentos
Comprar ingredientes de fornecedores confiáveis
Todos os itens devem estar dentro do prazo de validade
Equipamentos adequados e armazenamento
Caixas térmicas, isopores ou estufas mantêm a temperatura ideal dos alimentos
Armazenar corretamente alimentos crus e cozidos evita contaminação cruzada
Recipientes apropriados representam segurança na exposição e no serviço