nvestir em gestão e melhorias foi um divisor de águas na história do Restaurante Tia Lourdes, que hoje consegue atender a mais de 3.500 pessoas presencialmente e 16 mil pedidos por mês
Desde a década de 1970, a especialidade da Tia Lourdes, atualmente com 78 anos de idade, é a feijoada caseira acompanhada de torresmo.
Hoje, o Restaurante Tia Lourdes funciona em Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo, após ter começado no bairro Belenzinho, na capital paulista, como um bar.
“O negócio passou por três grandes mudanças. A primeira delas foi a mudança para Taboão; a segunda, a morte do meu pai. A terceira foi quando eu transformei o bar em um negócio familiar”, revela Cintia Menegazzo, filha da Tia Lourdes e atual administradora do restaurante.
GESTÃO E VALORIZAÇÃO
Quando Cintia decidiu assumir a empresa logo após a morte do pai, em 2018, aplicou todo seu conhecimento em gestão, além de treinar, capacitar e valorizar a equipe.
Ela explica: “Modernizamos, investimos dinheiro, reformamos e colocamos a tecnologia e o mundo digital a nosso favor. Mantemos um time bem alinhado e fazemos uma gestão às claras, os funcionários sabem de tudo e acompanham com a gente nosso crescimento”.
Quanto à valorização dos colaboradores, a casa apoia seus sonhos e estudos e, a cada aniversário do restaurante, um deles ganha uma viagem. “Eles já foram andar de avião com a Tia Lourdes para o Rio e para a Bahia”.
A administradora completa: “Fazemos festas, folgamos no final de ano, presenteamos, premiamos e levamos para almoçar fora nos maiores restaurantes de São Paulo. Temos uma equipe motivada, unida e contente”.
O restaurante fica em Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo, mas começou a funcionar no bairro Belenzinho, na capital paulista, como um bar.
LEGADO
Na cozinha atualmente trabalham três pessoas, além de Lourdes – duas estudam gastronomia. Segundo Cintia, isso é importante para agregar melhorias, embora a palavra final seja sempre da empresária, que pessoalmente comanda as panelas da casa.
Agora, o estabelecimento tem ficha técnica de cada prato e receitas escritas, tudo organizado. Atende, em média, a 3.500 pessoas presencialmente e 16 mil pedidos para entrega por mês. Depois da reforma, o local, que tem três espaços diferentes, passou a comportar mais de 150 pessoas sentadas.
Mas Cintia garante que a tradicional comida caseira ainda é o principal valor do negócio. Segundo ela, alguns clientes, há muitos anos, vão toda semana comer a feijoada da Tia Lourdes.
“Não adianta fazer uma melhoria na gestão se a comida não for boa. O sucesso do restaurante se deve, sobretudo, à comida da Tia Lourdes. O resto foram ajustes de mercado e tendências. A comida é dela, o jeito é dela e as panelas são dela. É ela quem dá o toque final, todos os dias. Repito: todos os dias, ela está lá”, finaliza.
Agora, o estabelecimento tem ficha técnica de cada prato e receitas escritas, tudo organizado. Atende, em média, a 3.500 pessoas presencialmente e 16 mil pedidos para entrega por mês.
Palavra do especialista
Marcelo Marani, fundador e CEO da Donos de Restaurantes, tem mais de 25 anos de experiência no mercado de alimentação e avalia que a estratégia do estabelecimento, ao equilibrar tradição e inovação, não só é possível, como é o caminho certo.
Segundo sua análise, “o Restaurante Tia Lourdes é a prova viva de que profissionalizar a operação sem perder a essência da comida caseira é o que separa quem sobrevive de quem prospera. Melhoria de gestão não significa descaracterizar o negócio – significa torná-lo viável no longo prazo”.
Marani ainda acrescenta que profissionalizar a gestão promove uma relação de ganha-ganha.
“O dono ganha previsibilidade e um negócio lucrativo. A equipe ganha reconhecimento, incentivo e ambiente estruturado. O cliente ganha um produto consistente”, explica.
Valorizar a equipe de funcionários é outro ponto que faz diferença na operação do restaurante. “Funcionário feliz atende bem, e cliente bem atendido, volta. Simples assim”, finaliza o especialista.