Caldos e sopas são pratos que aquecem, promovem sensação de aconchego e surgem como ótimas opções para o período mais frio do ano
Não tem jeito: quando os meses mais frios do ano se aproximam, os alimentos quentinhos voltam à tona. Caldos e sopas, por exemplo, fazem sucesso de norte a sul do país e ainda podem ser muito nutritivos, o que é uma ótima notícia.
Os ingredientes para o preparo de uma sopa ou caldo podem mudar bastante. Cada região tem suas particularidades, receitas típicas, ingredientes locais e influências culturais. Do tacacá do Norte à sopa de capeletti do Sul, esses pratos contam histórias, preservam tradições e revelam a preferência Brasil afora.
SUL
As sopas da região Sul tendem a ser mais cremosas e substanciosas em comparação com as de outras regiões do país, por causa do clima mais frio.
Fortemente influenciado por imigrantes europeus, especialmente italianos e alemães, o sul do país consome alguns caldos e sopas bastante típicos e peculiares. É o caso do Borsch, uma sopa de beterraba com carne, e da minestra, feita à base de arroz e feijão.
Enquanto em outras regiões o capeletti é conhecido como um tipo de massa, no sul ele é o ingrediente principal de uma sopa que veio da Itália. Na Serra Gaúcha, a sopa de capeletti é facilmente encontrada em restaurantes de comida típica – uma opção para esquentar nos meses mais frios do ano.
SUDESTE
Caldos e sopas também fazem parte da cultura da região Sudeste, influenciada pelos imigrantes europeus, especialmente os portugueses. O caldo verde, por exemplo, é de origem portuguesa, embora tenha sido adaptado com ingredientes locais. A canja de galinha aparece como opção para alimentar os foliões depois dos bailes de carnaval.
Em Minas Gerais, os caldos e as sopas ganham um toque especial com ingredientes tradicionais. Mandioca, milho-verde, couve, carne e uma variedade de temperos dão origem a diferentes e saborosas receitas. No Rio de Janeiro, os caldos de feijão e de mocotó são presença garantida nos bares.
CENTRO-OESTE
O Centro-Oeste desenvolveu uma cultura de caldos e sopas que mescla diferentes influências, transformando a experiência em algo único.
O caldo de piranha é mais que uma simples sopa - é considerado um revigorante natural. A vaca atolada leva costela e mandioca e também faz parte da tradição regional. Feijão, mocotó, galinha, mandioca e outros ingredientes dão origem a caldos variados, tradicionalmente feitos em panelas de barro e servidos com torradas.
NORTE
Mesmo vivendo em uma região quente, os moradores do norte do país são grandes consumidores de caldos e sopas.
O tacacá, por exemplo, é um dos pratos mais emblemáticos da região Amazônica. Servido tradicionalmente em cuias, o caldo leva ingredientes únicos, como tucupi (líquido extraído da mandioca), jambu (planta nativa), chicória do Pará e camarões secos.
Além do tacacá, caldos e sopas feitos à base de peixes de água doce também fazem sucesso na região Norte. Pirarucu, tambaqui e pirarara são algumas espécies utilizadas para o preparo dessas receitas. O peixe também é o ingrediente principal da damorida, caldo quente de origem indígena muito consumido em Roraima.
NORDESTE
O caldinho de sururu é um verdadeiro patrimônio nordestino, especialmente em Alagoas e na Bahia, embora seja feito com ingredientes diferentes nos dois estados.
No Nordeste, merece destaque também o caldo da caridade, que é conhecido por ser um prato que sustenta e restabelece a saúde, além de ser financeiramente acessível.
Já em Recife (PE), apesar do calor, o caldinho de feijão é uma das comidas de praia preferidas de moradores e turistas. Para equilibrar, cerveja gelada. No sertão, brilham preparações mais robustas, como o caldo de mocotó e a sopa de carne-seca (ou carne de sol) com feijão ou legumes.