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Empreendedora abre negócio inclusivo

Primeira empreendedora com Síndrome de Down a se formalizar no Brasil abre negócio inclusivo em São Paulo

Além da proprietária, toda a equipe de um café paulistano é formada apenas por pessoas com Síndrome de Down. Conheça essa história!

Eu sempre gostei de cozinhar. Desde pequena ajudava a minha mãe na cozinha. Como não podia mexer no fogão, eu preparava as saladas, fazia o suco e arrumava a mesa – eram minhas tarefas nos finais de semana. Mas, antes de minha família reconhecer minhas habilidades para a gastronomia, fui incentivada a fazer diversos cursos. Era uma forma de me dar autonomia e ajudar a descobrir a minha vocação.

Antes de me tornar chef de cozinha, fiz aulas de fotografia, massagem, cabeleireiro e teatro. Durante o curso de cabeleireiro, cheguei a estagiar em uma grande rede de salões de beleza, mas não era isso o que eu queria fazer. Também tive uma experiência como atendente de farmácia, porém, ainda não havia me encontrado profissionalmente.

A minha paixão pela cozinha me levou a fazer diversos cursos de culinária. Dentre eles, frequentei as aulas do Instituto Chefs Especiais, um projeto que ensina gastronomia para pessoas com Síndrome de Down, e conheci grandes chefs, como Henrique Fogaça e Claude Troisgros. Foi durante esse curso que eu aprendi a receita do nhoque de mandioquinha, um dos pratos mais especiais da cafeteria.

Jéssica Pereira juntou cursos, economias, familiares e amigos e abriu o Bellatucci Café, em São Paulo.

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Um dia, em uma conversa com a minha família, falei do meu sonho: ter meu próprio restaurante. Mas, os custos para abrir um restaurante são muito altos, então chegamos à proposta de um café. Eu juntei todas as minhas economias e a minha irmã, Priscila, e meu cunhado, Douglas, abriram mão de comprar o apartamento deles para investir no nosso negócio: o Bellatucci Café.

Abrimos as portas em julho de 2017, e eu fiz questão de participar de cada detalhe – a decoração, por exemplo, lembra uma casa de bonecas. Fui eu que escolhi as cores das paredes e dos móveis, mas tive a ajuda de toda a família. Todos se envolveram desde o início e continuam trabalhando comigo. Além deles, trabalham na cafeteria o meu namorado e alguns amigos, todos com Síndrome de Down: são dois garçons, um salgadeiro e uma barista. Quero que todos possam realizar o sonho de trabalhar em um lugar feliz, assim como eu.

O Bellatucci Café é um negócio inclusivo: a equipe é formada apenas por pessoas com Síndrome de Down.

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Cozinhar é a minha paixão! Então, mesmo tendo a ajuda da minha mãe, quem comanda o preparo dos pratos sou eu. No cardápio do Bellatucci, há uma variedade de cafés, bolos, waffles, saladas, quiches, panquecas, omeletes e, claro, o famoso nhoque de mandioquinha − ele é servido todo dia 29, como manda a tradição do “nhoque da fortuna”. Não dá para fazer todos os dias porque é um prato que dá muito trabalho, mas é a receita que eu mais gosto de fazer.

A rotina do trabalho não me cansa, eu amo o que faço. Antes da pandemia, ia para o café todos os dias; agora, vou três vezes por semana. Trabalho no período da manhã e estudo à tarde – estou terminando o ensino médio –, e continuo a fazer aulas de teatro. O meu sonho, agora, é cursar uma faculdade de gastronomia e expandir o negócio. A ideia é ampliar o espaço e transformá-lo em um café-bistrô.

O Bellatucci Café também tem um canal no YouTube, no qual ensino várias receitas, inclusive pratos do nosso cardápio. Aqui na cafeteria, tudo é feito com muito amor. Mas não pode ter pressa porque respeitamos o tempo de cada um, e aqui somos todos aprendizes. Queremos mostrar que as pessoas com Síndrome de Down têm talento de sobra. Elas precisam apenas de oportunidades.

Além de cuidar das receitas, faço questão de atender aos clientes. Gosto de agradecer pela visita e saber se gostaram da minha comida. Muitas pessoas vêm até aqui para falar comigo, me conhecer, tirar fotos. Famílias que têm uma pessoa com Síndrome de Down também fazem questão de conhecer a cafeteria porque, de certa forma, elas me veem como inspiração. Sou muito feliz por mostrar para todo mundo que sou uma empreendedora e realizei o sonho de ter meu próprio café.

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