HADVOGADA OU EMPREENDEDORA?
Do quarto de casa, onde montou uma pequena cozinha para começar suas produções, até a charmosa sede localizada no Umarizal, um dos bairros mais bonitos da capital paraense, muita coisa mudou.
Naquele tempo, Petra fazia tudo sozinha, mas a padaria refletia a realização de um sonho, que, para dar certo, exigiu uma escolha difícil.
“Eu precisei abrir mão de um caminho muito mais aceito socialmente, como advogada, havia acabado de me formar em direito. Quando você coordena uma empresa, precisa saber um pouco de tudo: contabilidade, marketing, gestão de estoque, atendimento ao cliente etc. Basicamente, eu precisei aprender tudo”, conta.
SEMENTE QUE DEU BONS FRUTOS
Petra continua trabalhando nas produções, como fazia no quarto de casa. Mas hoje conta com a ajuda de uma sócia, Beatriz Saraiva, que também atua internamente. As duas têm quatro funcionárias, que se dividem entre atendimento, entregas, cozinha e serviços gerais.
A equipe cresceu porque pães, bolos, cappuccinos, manteigas, iogurtes, lanches, salgados, sonhos, sorvetes, omeletes, refeições, pizzas, hambúrgueres e outras delícias veganas atraem cada vez mais adeptos.
Ela revela que “a maioria dos clientes são mulheres com idades entre 30 e 40 anos, mas também recebemos pessoas mais jovens, que descobriram quão cruel é a indústria que explora animais; mulheres que têm filhos alérgicos à proteína do leite; e curiosos que querem experimentar novos sabores. Tem todo tipo de gente”.
E, se hoje a clientela é vasta, muito se deve ao que Petra fazia lá no começo da Verderosa: “Eu fiz um curso de marketing e acabei aprendendo que os clientes gostam de ver os processos, acompanhar o dia a dia da empresa. Fui mostrando os bastidores, compartilhando nas redes sociais cada pequena conquista, o que aproximou muito os clientes e seguidores da gente”.
Ela continua compartilhando muita coisa interessante nas redes sociais e recebe elogios constantes. Para a empreendedora, a Verderosa é uma vitória coletiva.
A padaria vegana em números
5 anos de funcionamento
600 atendimentos mensais, em média
4 funcionárias, além das sócias
Espaço para 25 pessoas sentadas
Mais de 40 itens no cardápio
Valores entre R$ 6 e R$ 100
Ticket médio R$ 55
Funcionamento: segunda, das 11h às 14h, e de terça a sábado, das 11h às 18h
Quase 10 mil seguidores no Instagram
@padariaverderosa
Queijo de castanha-de-caju, vegano com tomate seco e especiarias
Curiosidade: como é feito o queijo vegano
O queijo vegano, ou queijo vegetal, foi criado para substituir o tradicional queijo feito com leite animal.
No entanto, há uma grande variedade de ingredientes vegetais que podem se transformar na iguaria indispensável em receitas como massas e pizzas: castanhas, amêndoas, grão-de-bico, tremoço, batata-doce, sementes, arroz e até feijão.
Além da variação de ingredientes, há também tipos diferentes de queijos veganos, como camembert, brie, muçarela, requeijão cremoso e queijos azuis, tipo gorgonzola.
No processo de fabricação de um queijo tradicional, é usado um tipo de coagulante para coalhar o leite, transformando líquido em sólido.
Já para fazer o queijo vegano, como não há leite, é preciso usar probióticos e outros ingredientes, como kefir de água e rejuvelac (feito a partir de grãos e cereais), para garantir a fermentação e, consequentemente, sabor e textura semelhantes aos do queijo tradicional.
De maneira geral, a castanha-de-caju é a principal base para a fabricação de queijos vegetais. Isso porque, no processo de fermentação, esse é o alimento que mais se assemelha ao sabor dos queijos lácteos.
No entanto, apesar de não ser muito popular em algumas regiões do país, o tremoço também é uma boa alternativa. Além de ser rico em proteínas, costuma ter preço melhor que as castanhas.