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Doce Mercado

Quem nunca sentiu uma vontade irresistível de comer um chocolate que atire a primeira pedra. O doce está entre as preferências do brasileiro e é um item quase indispensável no sortimento de quem atua no setor alimentício, além de ser uma ótima oportunidade de negócio. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), apontam que a participação do segmento de chocolates no mercado de doces cresceu de 40% em 2004 para 54% em 2011, superando o setor de balas.

Só no ano de 2013, foram consumidas 790 mil toneladas de chocolate no Brasil, sendo 20 mil importadas e 770 mil derivadas da produção nacional (que representa 97,4% do consumo).  “Temos um consumo médio per capita de 2,8 quilos por habitante. O brasileiro prefere mais o chocolate ao leite, depois o branco e, por fim, o meio amargo (segundo pesquisa Ibope encomendada pela Abicab). Somos o terceiro maior mercado do mundo”, indica o vice-presidente da Abicab, Ubiracy Fonseca.

A mesma pesquisa do Ibope Inteligência mostrou também que o produto nacional é melhor avaliado do que o importado. Em uma escala de 0 a 10, o chocolate brasileiro recebeu a nota 8,6, enquanto o de outros países ficou com nota 7,4. O levantamento ouviu mais de dois mil consumidores. Tais dados mostram o potencial deste mercado, já que mesmo diante do alto número de importações, são os produtos internos que mais agradam o brasileiro. “Temos aqui no Brasil todos os grandes fabricantes do mundo. As fábricas no país são modernas e com muita capacidade produtiva. Portanto, temos como atender à demanda”, afirma Ubiracy.

Produção local

O empresário Flávio Murilo Bezerra Gomes aposta há mais de duas décadas no potencial do mercado de chocolates. Em 1991, ele fundou a Chocolate Sete Colinas, empresa especializada na fabricação de barras de coberturas de Garanhuns, Pernambuco. Segundo o empresário, a principal motivação para investir neste segmento foi o clima favorável da cidade e sua forte atuação turística, o que coloca a empresa na rota dos visitantes brasileiros e estrangeiros.

A inovação é uma importante característica nesse mercado, especialmente para quem deseja concorrer com as grandes indústrias do chocolate brasileiro, um grande desafio para os pequenos produtores, indica Flávio, cliente das lojas do Assaí Caruaru e Garanhuns há anos. “Todos os anos, viajo para feiras, congressos e eventos em diferentes lugares, e faço cursos à procura de melhorias e novidades”, explica o empresário, que faz de tudo para manter-se atualizado.

Mix de doces
Quando inaugurou a Bomboniere Central, no ano 2000, o empresário e sócio-proprietário do estabelecimento João Parente realizou um antigo desejo de trabalhar com o mercado de doces, ramo com o qual se identifica. Além disso, a carência de estabelecimentos do setor e a garantia de alta rentabilidade o motivaram a investir no negócio, localizado na cidade de Fortaleza, no Ceará.

Para se diferenciar da concorrência, João resolveu ir além da venda de chocolates e transformou sua loja em um verdadeiro mercado de doces, oferecendo balas, amendoins e outros produtos derivados. O chocolate, entretanto, é um dos carros-chefes do negócio. “Estou nesse ramo há muitos anos e venho tendo um resultado extremamente satisfatório. A empresa só cresce e isso prova que realmente é um mercado muito bom”, acredita o empresário.

De olho no mercado

Confira alguns dados a respeito do segmento de chocolates no Brasil:

Entre os anos de 2011 e 2013, a importação de chocolates subiu de 14 mil toneladas para 20 mil toneladas, o que representa um crescimento de 42%.

A produção nacional de chocolates passou de 817 mil toneladas em 2011 para 800 mil toneladas em 2013. O pequeno retrocesso era esperado pela indústria, em função da desaceleração da economia brasileira.

Em 2013, foram produzidas 18 mil toneladas de chocolate e 80 milhões de ovos apenas para a Páscoa.

A Páscoa é o período em que os brasileiros mais presenteiam os outros com chocolates – 76% dos consumidores afirmaram comprar o produto com essa finalidade nesta época. Em seguida estão os aniversários (31%), o Dia das Crianças (15%), o Dia dos Namorados (14%) e o Natal (13%).

O segmento de chocolates premium cresce a uma taxa de 20% ao ano, representando 6% de um total de R$ 9 bilhões do mercado total de chocolates no Brasil.

Fonte: Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab)

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