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Além do papel

A definição do dicionário diz que empreendedor é aquele que se aventura à realização de coisas difíceis ou fora do comum, com personalidade ativa e arrojada. No Brasil, empreender está nos planos de boa parte da população: dados da pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor) mostram que no país 84% das pessoas consideram que abrir sua própria empresa é uma opção desejável de carreira, enquanto outros 76% dos brasileiros sonham em ser donos do próprio negócio.

Um dos maiores desafios do empreendedor, no entanto, aparece antes mesmo da consolidação de uma ideia: a criação do negócio. Em entrevista ao portal Assaí, Batista Gigliotti, coordenador de franquias do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios (GVcenn) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP), dá algumas dicas importantes para transformar o sonho em realidade com segurança.

O que é preciso ter em mente antes de começar a empreender?

BG – A definição de empreendedor é: aquele que faz algo novo assumindo um risco. Ou seja, tem uma visão e vai assumir o risco para colocá-la em prática. Então, quando uma pessoa vai empreender ela precisa ter em mente um aspecto fundamental – e talvez o maior desafio –, que é: estar disposto a assumir riscos. Normalmente há certa dificuldade com a questão de olhar para o risco no Brasil, gostamos de fugir disso. O que se recomenda, então, é que as pessoas saibam como administrar o risco e para isso é preciso estudo, informação e análise.

Como avaliar se essa ideia será bem aceita no mercado?

BG – Pesquisa de mercado. Se o empreendedor não tem dinheiro para contratar uma entidade de pesquisa com resultados mais amplos, não tem importância, ele pode obter esses dados por meio de ferramentas de pesquisa e questionários on-line, como o SurveyMonkey. Uma terceira opção seria ainda conversar com profissionais de pesquisa em faculdades de marketing ou administração, a fim de formular um questionário que ajude a entender o que o público deseja. O próprio empresário pode aplicar esse questionário em potenciais clientes, assim, certamente ele obterá alguns dados relevantes para o negócio.

Como avaliar o capital necessário para começar a empresa?

BG – É preciso fazer um estudo de viabilidade econômica, projetando despesas e renda para calcular quanto o negócio irá demandar. Às vezes o projeto é viável em termos de ideias, mas pouco atrativo em termos de mercado, por causa do resultado que irá obter.

É importante buscar capacitação para dar conta desses processos?

BG – É fundamental, a capacitação irá munir o empreendedor do conhecimento necessário para entender todas as etapas do processo. Se ele estiver com pressa, uma opção é contratar terceiros que possam ajudá-lo, como consultores, entidades ou até escolas. O empreendedor precisa ser sincero consigo mesmo para saber quando é capaz de cuidar de um aspecto por conta ou não.

A escolha do ponto é um passo importante. Como avaliar o perfil de local que se enquadra melhor com o negócio?

BG – Depende muito do tipo de negócio, mas em geral, a escolha do ponto deve levar em função algumas coisas. Obviamente, um bom ponto precisa estar em um lugar com muito tráfego. Depois, é preciso analisar o tipo de tráfego – se houver poucas pessoas e muitos automóveis, o estabelecimento deve ter garagem. Fora isso, deve ser levado em conta topografia do local, fachada, visibilidade, lado correto da rua, estrutura física existente, dificuldades de construção, zoneamento, facilidade e dificuldades de acesso, metragem adequada ao tráfego, se há corredor de ônibus em frente, se há algum projeto de desapropriação previsto e se há feira livre em frente ao estabelecimento.

A franquia pode ser uma boa opção para quem não deseja correr tantos riscos?

BG – Quando o empreendedor resolve empreender um negócio da sua própria cabeça, o nível de risco é claramente mais alto. No caso da franquia, esse risco diminui consideravelmente devido a quatro fatores: há uma transferência de conhecimento entre o franqueado e o franqueador que facilita a compreensão do negócio e do mercado; o empreendedor tem “companheiros de viagem”, não é um processo solitário, ele tem para quem pedir uma opinião quando precisa tomar uma decisão difícil; há um ganho de escala tanto na compra de insumos quanto em termos de mídia comercial, pois a empresa já está estruturada; e o sistema de franquia possui uma legislação própria e oferece mais segurança para as partes envolvidas. Por isso, essa pode ser uma boa opção para quem não gosta de correr riscos. Se formos avaliar, em uma escala de risco, a ordem seria a seguinte (do mais arriscado para o menos arriscado): 1º) Montar um negócio a partir de uma ideia. 2º) A partir de uma nova franquia. 3º) A partir da compra de uma empresa já existente. 4º) A partir da compra de uma franquia já existente.

Batista Gigliotti

É coordenador de franquias no Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios (GVcenn) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP) e presidente da Fran Systems, consultoria no desenvolvimento de franquias e negócios.

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