Vagas de estacionamento transformadas em “mini-parques” aumentam vendas do comércio
28/07/2015 - 12h
Na cidade de São Paulo, donos de bares e restaurantes estão recorrendo a uma nova forma de atrair clientes: os parklets. Criados em São Francisco, nos EUA, em 2005, surgiram como forma de converter o espaço do estacionamento dos automóveis na via pública em áreas recreativas. Trata-se de uma extensão temporária da calçada, realizada por meio da implantação de uma plataforma sobre a área antes ocupada por automóveis na via pública. Geralmente, essas áreas são equipadas com bancos, floreiras, mesas e cadeiras, guarda-sóis, aparelhos de exercícios físicos, paraciclos ou outros elementos de mobiliário, com função de recreação ou de manifestações artísticas.
No Brasil, o conceito de parklet chegou primeiro a São Paulo, em 2012. A primeira implantação aconteceu no ano seguinte, liderada por um grupo composto por arquitetos, designers e ONGs. Regularizados por uma lei municipal em abril de 2014, os parklets já chegam a 32 na cidade de São Paulo. De acordo com a prefeitura, eles beneficiam, diariamente, 300 pessoas, enquanto duas vagas de estacionamento – que é o espaço necessário para montá-los –, servem a 40 automóveis por dia.
Ainda de acordo com um estudo da Prefeitura de São Paulo, registra-se um aumento médio de 14% nas vendas de estabelecimentos comerciais em frente aos parklets. A estrutura, embora não possa ser explorada comercialmente, é uma estratégia de valorização do entorno, o que ajuda na atração de novos clientes.
Em São Paulo, a instalação dos parklets pode ser de iniciativa da Administração Pública ou de qualquer cidadão. Os custos financeiros referentes à instalação, manutenção e remoção do parklet são de responsabilidade exclusiva do mantenedor. “Qualquer calçada que respeite os termos do decreto pode ser estendida. A pessoa pode ser comerciante, lojista, pode ter um restaurante e eventualmente a própria comunidade pode ter interesse em manter o parklet. A manutenção é privada e a fruição é pública, ou seja, você não pode privatizar o espaço, você não pode reservar o espaço para o seu uso pessoal. Ele é um espaço público, é uma extensão do calçamento”, explica o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.