Curiosidades

Comando internacional: os donos da prancheta que vem de fora

Dos 20 times do Brasileirão Assaí, cinco começaram com técnicos estrangeiros no banco; você conhece o currículo de cada um deles? 


Técnico de futebol que não fala português não é necessariamente uma novidade no Brasil. Pelo contrário, eles estão envolvidos praticamente desde o início do esporte aqui no país: o inglês Charlie Williams foi o primeiro a ser campeão por um time brasileiro, o Fluminense, lá no distante ano de 1911 – curiosamente, ele era o “mister” à beira do gramado no primeiro Fla-Flu da história, jogado no ano seguinte.

Já tivemos por aqui treinadores de quase toda América do Sul (entre eles Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela) e de alguns países da Europa (como Itália, Hungria, Portugal e Espanha). Não faz muito tempo, até mesmo um alemão campeão do mundo, Lothar Matthäus, fez uma passagem relâmpago pelo Athletico Paranaense em 2006. Mas técnicos com passaporte estrangeiro vencedores do maior torneio nacional, o Brasileirão Assaí, são raros.

O primeiro vencedor de um título nacional foi o argentino Carlos Volante. Natural de Lanús, na grande Buenos Aires, o ex-jogador do Flamengo – sua passagem pelo Brasil foi tão marcante que seu nome virou sinônimo para a posição de meio-campista defensivo – comandou o Bahia na grande decisão da Taça Brasil de 1959, contra o Santos.

Outro fato curioso é que, naquela campanha da Taça Brasil, Volante só dirigiu o Tricolor baiano na grande decisão. Nas outras treze partidas até a final, o técnico da equipe foi Efigênio Bahiense, o Geninho. Mas quem levantou a taça contra o Santos foi o comandante argentino. Foram necessários 60 anos até que um outro imigrante viesse e levantasse o principal troféu nacional: o português Jorge Jesus, que levou o Flamengo ao seu sétimo título do Brasileirão Assaí em 2019.

Entre os 20 treinadores que começaram esta edição do Campeonato Brasileiro, cinco são de fora do país – um recorde histórico para o início da competição. Listamos abaixo os representantes desta verdadeira “legião estrangeira”, do mais jovem para o mais experiente, e que nos últimos tempos ganharam espaço e importância nos gramados nacionais.

Miguel Ángel Ramírez, espanhol (23/10/1984)

Nascido nas Ilhas Canárias, o mais jovem entre os treinadores estrangeiros no Brasileirão Assaí teve sua formação acadêmica feita na Espanha e na Grécia, mas sua maior vivência no futebol aconteceu no Catar, país que receberá a próxima Copa do Mundo e que montou uma academia de formação de novos jogadores, a Aspire. Chegou em 2018 ao Independiente Del Valle, do Equador, para trabalhar nas categorias de base do time, mas foi alçado ao comando do elenco profissional após seu antecessor migrar para o futebol europeu.

Começou a carreira no: Independiente Del Valle, do Equador
Antes do Inter, estava no: Independiente Del Valle, do Equador
Melhores resultados como técnico: campeão da Copa Sul-Americana (2019)

António Oliveira, português (09/10/1982)

Filho de Toni, ídolo do Benfica como jogador e treinador, António (assim mesmo, com acento agudo) teve sua primeira experiência no comando de uma equipe ao lado do pai em times do Oriente Médio. No ano passado, o lisboeta de 38 anos desembarcou no Brasil como auxiliar de Jesualdo Ferreira no Santos. Deixou o clube quando o chefe também pediu para sair do Peixe, mas logo foi contratado para a comissão técnica do Furacão. Assumiu a equipe principal do Athletico depois que Paulo Autuori foi alçado ao posto de diretor.

Começou a carreira no: Kazma, do Kuwait
Antes do Athletico, estava no: Santos (foi auxiliar de Jesualdo Ferreira)
Melhores resultados como técnico: campeão da Copa do Irã (2014) e da Taça Federação do Kuwait (2018)

Abel Ferreira, português (22/12/1978)

Antes do Palmeiras, o ex-jogador de 42 anos não tinha títulos no currículo como técnico, mas acumulava trabalhos elogiados no Braga, de Portugal, e no PAOK, da Grécia. Chegou ao alviverde em novembro do ano passado, substituindo um dos treinadores mais vencedores do futebol brasileiro, Vanderlei Luxemburgo. Mas Abel passou no teste: levantou duas taças em cinco meses e colocou seu nome na história do clube paulista.

Começou a carreira no: Braga, de Portugal
Antes do Palmeiras, estava no: PAOK, da Grécia
Melhores resultados como técnico: campeão da Libertadores (2020) e da Copa do Brasil (2020)

Hernán Crespo, argentino (05/07/1975)

Talvez o treinador estrangeiro com a história mais consagrada dentro de campo, o ex-camisa 9 da seleção argentina, hoje com 45 anos, começou sua carreira no futebol italiano, onde já havia feito história como jogador. Em 2019, voltou para sua terra natal para comandar o Banfield, mas teve sucesso mesmo na última temporada, a frente do Defensa Y Justicia, levando o modesto clube argentino a seu primeiro título continental da história.

Começou a carreira no: Modena, da Itália
Antes do São Paulo, estava no: Defensa Y Justicia, da Argentina
Melhores resultados como técnico: campeão paulista (2021) e da Copa Sul-Americana (2020)

Juan Pablo Vojvoda, argentino (13/05/1975)

Um zagueiro de carreira modesta, Vojvoda jogou em clubes pequenos da Espanha e no Newell’s Old Boys, time pelo qual foi revelado. Coincidência ou não, foi no mesmo Newell’s que o argentino de 46 anos deu os primeiros passos como treinador. Passou também por outras equipes de seu país, como Defensa Y Justicia, Talleres e Huracán, até chegar ao Unión La Calera, do Chile, onde talvez tenha feito seu melhor trabalho, classificando o time para a Libertadores deste ano.

Começou a carreira no: time B do Newell's Old Boys, da Argentina
Antes do Fortaleza, estava no: Unión La Calera, do Chile
Melhores resultados como técnico: campeão cearense (2021) e vice-campeão chileno (2020)

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